Deserto do Atacama: um pouco de San Pedro de Atacama

08:30:00

Esse foi o meu terceiro ou quarto dia no deserto mais seco do mundo. Como ninguém é de ferro, eu e os meus acompanhantes de viagem resolvemos ficar visitando a pequenina região comercial do Atacama. 

As ruas, paredes e maior parte da cidade é feita com adobe - tijolo grande de cor marrom, feito de terra que não passa pelo forno, mas é seco ao ar sob o sol, para aguentar melhor as mudanças climáticas do deserto. Lá chove muito pouco, coitados, e, muitas vezes, chove apenas 1 vez por ano!

(rua Caracoles, a principal da cidade)

O centrinho de San Pedro, tendo uma visão mais dimensional, é compreendido em um retângulo de seis quarteirões. Possui uma praça principal, chamada de Plaza de Armas (esquina da Toconao com a C. Gustave Le Paige) onde estão a prefeitura, o posto policial, a igreja e a feira artesanal. Na época que eu fui, não prestei muito atenção nessa feira, mas mesmo assim, por toda a extensão da cidade existem diversos comércios que vendem um pouco da cultura local em forma de pulseiras, chaveiros, canecas, pratos, cobertas...

Começamos o dia após um café da manhã reforçado visitando o Museu Arqueologico Gustave Le Paige. Ele funciona de segunda a sexta, tem uma entrada de $2.000 pesos chilenos. O legal é que lá você acaba conhecendo objetos da cultura atacamenha, descrevendo a sua evolução dos povos que habitaram a região desde - pasme - 11 mil anos atrás. 

O clima extremamente seco (meu nariz sangrou demais lá!) ajuda na preservação de corpos e crânios na região, como por exemplo, o corpo mumificado de uma criança indígena.

(frente do museu)
Após o museu, e antes de tentar ir visitar a Iglesia de San Pedro - estava fechada para reforma -, sentamos um pouco na praça, embaixo de uma sombra magnífica. Já aviso que nessa praça há Wi-Fi grátis, e funciona muito bem. Mas, cuidado para não perder a oportunidade de observar o local detalhadamente. 

Estava acontecendo uma festa típica, com muitos dançarinos (em pares) que alternavam danças de apenas rapazes, outras apenas moças, crianças e todos juntos. Me lembrou vagamente o boi-bumbá. Eles roubaram a atenção de todos ali. 


(cores diversas das vestimentas chamavam cada vez mais a atenção dos turistas)

Vimos um pouco o show, e nos dirigimos até a Iglesia de San Pedro de Atacama, que tem entrada franca. Ela foi totalmente construída em adobe e pintada de branco. Inaugurada no século 17, depois de 400 anos, se tornou monumento nacional. Almocei em um restaurante um pouco mais luxuoso que, se não me falha a memória, ficava na rua Toconao. 

(deixei um pedaço do meu coração junto com o mil folhas de Dulce de Leche)

Depois do almoço, andando pelas ruas, avistei uma mulher com nada mais, nada menos, do que lhamas! Sou apaixonada por esses bichinhos que, se não forem com a sua cara, podem dar um belo de um cuspe em sua face e cabelo. 

Essas criaturas são adeptas a altitudes elevadas, frio, mudanças bruscas de temperatura, talvez por sempre viverem em regiões assim. O lhama foi domesticado há, aproximadamente, 4 mil anos, pelos povos pré-colombianos. Hoje é utilizado como animal de carga pelos povos andinos, que consomem também sua carne, assim como o leite e a lã.

Esse dia foi bem tranquilo, deu para descansar, gastar alguns - muitos - pesos chilenos e deixar o físico para os passeios com maiores altitudes que viriam nos próximos dias.

(bandeira de San Pedro de Atacama e do Chile)

Vale lembrar que:
  • A pressão pode dar dores de cabeça, enjoos. Se você não levou remédios, tem uma farmácia local equipada;
  • Você pode chamar o rinossoro de "melhor amigo";
  • Não toque em uma lhama se não tiver dinheiro. As senhorinhas com rostos simpáticos são bem mercenárias;
  • Para quem gosta de corrida, a Atacama Crossing é uma boa pedida se você já estiver acostumado, ou tiver tempo para se preparar;
  • A câmera do iPhone é muito boa;
  • Ter um dia mais leve te prepara e te alivia.
Depois das minhas considerações, só falarei um tchauzinho e até breve!

Flávia.

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